Ainda estamos vivendo o impacto causado pela rápida
propagação do “coronavírus”. De um momento para outro, literalmente, o mundo
inteiro se viu ameaçado, não por alguma força extraterrestre, ou pela
deflagração de uma guerra mundial, mas pela atuação mortífera de um novo vírus,
surgido na China, numa região de grande concentração demográfica e de intensa
atividade industrial.
Quando o vírus foi detectado, ele já tinha demonstrado sua
“virulência”, já tinha causado a morte de muitas pessoas. Ele se caracteriza
pela velocidade de sua propagação e pelo caráter mortífero de sua atuação.
No começo, muita gente pensava que se tratava de uma espécie
de gripe, talvez um pouco mais forte de outras tantas que já aconteceram. Mas,
quando chegaram as primeiras estatísticas, com dados assustadores de vítimas
fatais, deu para perceber a gravidade da situação e a urgência de se tomar as
providências recomendadas pela Organização Mundial da Saúde diante de situações
como esta. Infelizmente, a gravidade da situação se
comprova diariamente pelas estatísticas que nos trazem o número exato de
milhares de vítimas que este vírus continua causando.
A situação é mais grave do que parecia no começo. Mas em
situações como esta, pouco ajuda o clima de pânico que pode se alastrar na
população. Era preciso, isto sim, partir para um plano de ação bem articulado,
que envolvesse toda a população. A iniciativa mais eficaz foi, certamente, a
decretação de “quarentenas”, em que todos são convidados a se recolherem na
própria casa, como medida extrema de prevenção contra a possível propagação do
vírus.
A grande maioria dos países, através dos seus governos,
aderiu às recomendações da ONU. Os esforços do Brasil foram coordenados pelo
Ministério da Saúde, com a participação dos Governadores e dos Prefeitos e,
sobretudo, com a dedicação abnegada dos Agentes da Saúde.
A proposta da “quarentena”, já em andamento na maioria dos
municípios, incentivando as pessoas a se abrigarem em suas próprias casas,
simboliza bem a importância de todos colaborarem, com medidas práticas e
simples, mas eficazes, como o uso adequado de máscaras e a higiene frequente
das mãos.
Este fato surpreendente, de dimensões planetárias, não pode
ser reduzido a mero episódio natural, limitado à sua realidade objetiva, pois
ele carrega interrogações muito grandes, que precisam encontrar eco em nossa
consciência de seres humanos.
Quais advertências nos faz a fragilidade da vida humana,
posta a perigo por um mero vírus que a acomete? Quantos vírus seriam
necessários para liquidar a vida humana em nosso planeta? A experiência da
fragilidade da vida humana, colocada em xeque por um minúsculo e desconhecido
vírus, deixa em ridículo toda a ilusória prepotência, que pretende prescindir
de Deus, e se arrogar o direito de ignorar o Criador que rege o universo com sua
sabedoria e suas leis.
A incipiente consciência ecológica, que vê o planeta terra
como nossa “Casa Comum”, quais lições pode nos apontar?Esta pandemia, na
verdade, revela a profunda crise que atinge toda a humanidade. Que ela nos
motive para reencontrar os caminhos da vida verdadeira, em consonância com os
planos de Deus.
Jales, 23 de abril de 2020.